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sábado, 18 de fevereiro de 2012

ArcGIS no celular

Você vai realizar um trabalho campo, faz um projeto bacana no ArcGis, imprime uma série de mapas, mas chegando ao campo surge uma dúvida, uma prerrogativa que seus mapas não apontam. E ai você lembra que em tal base tinha tal informação, no entanto você não fez um mapa sobre aquele tema. Ou você muda sua área de trablho, depois de visualizar algo mais relevante em campo. O que fazer para ter acesso ao software ArcGis no meio do mato? Seus problemas acabarão! A TABAJARA (Esri)  acaba de lançar o ArcGis para Android, assim você terá acesso a sua base de dados, podendo acesa-las, manipulas e trata-las,  aonde quer que esteja.

Imagens do aplicativo

Para fazer o download do aplicativo ArcGIS for Android no android market! Basta clicar aqui!


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mapa de vulnerabilidade Erosiva




Para qualquer tipo de ocupação humana ou qualquer tipo de uso do solo, é imprescindível saber quais são os locais vulneráveis a erosão, associada ao deslizamento de terra, voçorocamento (Figura1) e ravinamento, ou seja, áreas de risco a ocupação. Dessa forma, pelo planejamento, seja urbano ou rural, é possível evitar desastres e consequentes perdas de vidas e de investimentos. O mapa de vulnerabilidade erosiva permite identificar quais são as áreas que estão propensas a erosão, ou seja, onde pode ocorrer deslizamento de terras e outros tipos de erosão do solo.



Figura 1 - Exemplo de uma Voçoroca.


Como exemplo de elaboração de um mapa de vulnerabilidade erosiva, usaremos a Região Metropolitana de Belo Horizonte como recorte espacial (área de estudo). Sabemos que as áreas mais vulneráveis da região, ou seja, onde são registradas as maiores ocorrências de deslisamento e voçorocamentos são as áreas de encostas de grandes declividades (áreas íngremes, morros). Dessa forma o mapa de vulnerabilidade erosiva (Figura 2) contém a síntese (junção) de várias informações a cerca da área. 




Figura 2: Mapa de vulnerabilidade erosiva da Região Metropolitana de Belo Horizonte


A metodologia de elaboração desse tipo de mapa segue a seguinte sistemática: A primeira etapa consiste na elaboração de mapas contendo informações sobre a Litologia (rochas), declividade, tipos de solos, uso do solo e pluviosidade (registro de quantidade de chuvas). Esses matas são chamados de mapas temáticos, pois possuem um tema específico. As fontes onde foram adquiridas estas informações, ou seja, os temas, são: Bases Geominas, Imagens de satélite Landsat TM ( ano 2008). Sendo que o mapa de declividade foi elaborado a partir de uma imagem SRTM (A Missão Topográfica Radar Shuttle). O mapa de uso do solo foi elaborado no software Spring, no qual foi realizado uma classificação de imagem, de modo supervisionado tendo como parâmetro o método Class-Bhata. O software está disponível para download gratuito em:




Após esta etapa, os mapas temáticos foram transformados em imagens do tipo Raster (exemplo: extensão .jpeg, igual a de fotos comuns), reclassificando cada pixel do mapa para 30 metros (pixel são aqueles quadradinhos que você vê quando dá um zoom na imagem digital). Sendo assim, cada pixel dos mapas equivale a 900 m² do espaço geográfico (30 metros de largura e 30 metros de comprimento), já que o mapa é a representação do espaço onde vivemos. Para cada pixel foi atribuída uma nota de vulnerabilidade, ou seja, uma escala de possibilidade de erosão, de acordo com o tema do mapa. As notas foram atribuídas por meio de uma metodologia adaptada a partir Crepani et al (1998), que estudou os diferentes temas e atribuiu notas de vulnerabilidades a estes temas geográficos. As notas foram distribuídas para cada classe dos mapas, onde cada classe ganhou uma nota que vai de 1 a 3, onde 3 é máximo de risco a erosão, e 1 é o mínimo de risco. As notas foram distribuídas da seguinte forma:


Valores de Estabilidade/Vulnerabilidade para as classes de declividade 


O que significa que a tabela acima indica que quanto mais declivoso o terreno maior será a possibilidade de erosão, ou seja, é mais provável que uma casa localizada seja destruída por um deslizamento de terra, do que uma casa localizada em um terreno plano.


Valores de Estabilidade/Vulnerabilidade para Uso solo. 
E/V: Escala de vulnerabilidade.


Ou seja, esta tabela acima indica que quanto mais o solo está exposto (sem cobertura vegetal) maior a possibilidade de erosão. Isso porque as raízes da vegetação fazem uma especie de rede, segurando o solo.


Pluviosidade: quantidade média de chuva em milímetros (mm) por ano.
E/V: Escala de vulnerabilidade.


O que indica que quanto maior a quantidade chuva, maior a possibilidade de encharcar o solo e provocar deslizamento de terra

Valores de Estabilidade/Vulnerabilidade para as Unidades Litológicas (tipos de rochas)
E/V: Escala de vulnerabilidade.


Ou seja, a tabela acima indica que quanto mais dura a rocha e mais impermeável (pouca infiltração de água) menor será a possibilidade de erosão.

Valores de Estabilidade/Vulnerabilidade para as Classes de Solos.


Após esta etapa, os mapas já reclassificados (com escala de 1 a 3 para cada pixel), foram classificados novamente, adicionando pesos a classes do mapa, ou seja, atribuindo valores as condições mais prováveis de erosão. A litologia (tipos de rocha), declividade e solos foram atribuídos pesos 25% (considerando-se então que estas são as informações/temas que mais provocam erosão), o uso do solo foi atribuído peso de 15% e para Pluviosidade foi atribuído peso de 10%. Estes pesos se justificam pela maior propensão dos tipos de solo, rochas e a declividade, proporcionar maior vulnerabilidade erosiva, do que os tipos de uso de solo e a pluviosidade.


Todos os mapas foram elaborados e reclassificados no software ArcGis, usando extensão Spatial Anayist na ferramenta Reclessify dentro do software, depois foi utilizado a extensão Spatial Anayist na ferramenta Raster Calculator, extraindo-se a média aritmética dos mapas através da fórmula que atribui os pesos a cada mapa temático. O resultado foi a elaboração de uma mapa síntese (já apresentado na Figura 2). Este mapa representa a síntese de todas as informações (mapas temáticos), com suas devidas notas (em cada classe do tema) e pesos (em cada tema) . Ao final foi definido cinco classes desses mapas, de estável a vulnerável, também de acordo com a metodologia proposta por Crepani, etal (1998) (classes de estável á vulnerável).





O resultado obtido a partir do mapa síntese de vulnerabilidade erosiva, mostra que as porções mais vulneráveis a erosão da RMBH, são as porções associadas as altas declividades e afloramentos rochosos associados ao filito (Serra do Curral). A maior parte do território da RMBH está inserido em áreas medianamente estável a vulnerável. Principalmente em áreas associadas ao relevo Carste, na porção norte, onde á o risco de voçorocamentos e de subsidência do solo (rebaixamento). As áreas medianamente estáveis e estáveis estão associadas ao vale do rios Paraopeba e Velhas, comumente com a depressão Belo Horizontina, áreas mais planas dentro do da RMBH.

Este tipo de mapa é um instrumento imprescindível para o planejamento urbano e rural, na escolha e delimitação de zoneamentos dentro de um território municipal e regional. Para melhor aplicação deste recurso, poderia se somar outros tipos de informações ao mapa (temas), tais como: clima, compartimentação geomorfológica, áreas de alagamento, hidrologia, dentre outras. Outra possibilidade para maior acertividade de onde estão as áreas de riscos, é aumentar a escala do mapa, ou seja, aumentar a riqueza de detalhes. Dessa forma, cada pixel poderia representar uma área menor do que 900 m², pegando mais detalhes das áreas representadas nos mapas.


Thiago Leonardo Soares 
Guilherme Luiz Lopes Ferreira